Economia

A esperada retomada do emprego

Os municípios de Aracruz e Serra lideram a abertura de vagas formais no Estado

O mercado de trabalho capixaba está começando a se recuperar após um longo período de desemprego em alta. De janeiro a maio deste ano, foram criados 14.458 postos de trabalho no Espírito Santo, conforme aponta o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho.

Considerando o acumulado de um ano, entre maio de 2017 e o mesmo mês deste ano, foram 5.408 admissões a mais que demissões. Os municípios que lideraram a retomada dos contratos formais no Estado foram Aracruz e Serra. A cidade do Norte é a que mais gerou postos de trabalho. Em 12 meses, foram 2.647 vagas criadas em Aracruz, um crescimento de 11,28%, segundo o Caged.

Para o economista Eduardo Araújo, essa região tem saído na frente na recuperação da crise. “Há os investimentos em Portocel, no Estaleiro Jurong, e na Fibria, que têm impulsionado o município, que é atrativo por ter boas condições de infraestrutura, mão de obra e indicadores. É um local que tem se desenvolvido e expandido a atividade econômica”, afirma.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico de Aracruz, Divaldo Crevelin, a indústria base, forte na cidade, conseguiu se manter apesar do momento de crise, com destaque para as cadeias de celulose, naval e do petróleo. Ele ressalta a boa relação do poder público com o setor empresarial e prospecta ainda mais vagas diante dos incentivos que o município está criando.

“Com a recuperação do setor de óleo e gás, isso nos impacta porque temos muitas empresas que prestam serviços para o segmento, como o estaleiro, que com as novas plataformas está contratando mais. As florestas renováveis da Fibria também geram muitos empregos. Isso fortalece tudo, o comércio, a construção civil, o setor de serviços, que também passam a contratar”, explica.

Já na Serra, o saldo de emprego foi de 781 em 12 meses. Mas, se considerado apenas os cinco primeiros meses deste ano, o número sobe para 2.378 novas vagas.

“Tem-se observado na Serra um incremento no setor de comércio e na atividade industrial, com novos investimentos, além da maior produção de placas de ArcelorMittal, que, naturalmente, demanda mais funcionários”, explica a diretora-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Gabriela Lacerda.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Paulo Menegueli, com o crescimento econômico, a geração de empregos tem se tornado uma constante. “Uma das nossas exigências, inclusive, para conceder incentivos fiscais, é que a empresa que aqui se instalar contrate moradores da Serra, gerando renda para o nosso município”.

Na sequência, os maiores crescimentos foram em São Mateus (com 717 novas vagas em um ano), Cariacica (711), Linhares (514) e Santa Maria de Jetibá (496).

No sentido contrário, o maior recuo do saldo de emprego foi registrado em Cachoeiro de Itapemirim, onde a diferença entre admissões e demissões foi de -1.146 vagas. Para Araújo, a dependência da cidade da atividade comercial, que vem em queda, justifica a redução.

“O comércio pega a ponta da cadeia. Como o número de desempregados praticamente dobrou em relação há quatro anos e a renda média da população caiu 10%, as pessoas passam a consumir menos e assim o setor perde faturamento e acaba encolhendo e demitindo”, pontua o economista.

Foto:Marcelo

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