Economia

R$ 53,9 bilhões em investimentos no Espírito Santo

É o volume de recursos que devem ser aplicados em novos empreendimentos em cinco anos. Serão 467 projetos em 70 municípios capixabas

Foto:Divulgação
Perspectiva do Porto Central

Os investimentos públicos e privados anunciados para o Espírito Santo no período entre 2017 e 2022 somam R$ 53,9 bilhões. Estão previstos 467 projetos em 70 municípios capixabas, de acordo com levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento (Sedes), considerando apenas empreendimentos com valor superior a R$ 1 milhão.

A indústria é o setor que concentra a maior parte dos recursos: R$ 52,3 bilhões. Serão projetos no setor de construção (R$ 30,6 bilhões), na indústria extrativa (15,6 bilhões), nas indústrias de transformação (R$ 3,2 bilhões), em eletricidade e gás (R$ 2,76 bilhões) e em saneamento (R$ 54 milhões).

Já o setor de comércio, serviços e administração pública participa com R$ 1,5 bilhão, distribuído em 82 projetos. A agropecuária está representada por projeto, que corresponde à construção de um terminal portuário para atender à demanda do setor de pesca no município de Itapemirim, com valor total do investimento é de R$ 40,8 milhões.

De acordo com a diretora-presidente do IJSN, Gabriela Lacerda, mesmo com uma mudança na metodologia, em que projetos que não serão mais executados foram retirados da carteira, houve crescimento de 3% em comparação ao último anúncio.

A economia se move muito com essas expectativas. Investimento significa um ciclo virtuoso na nossa economia.
Gabriela Larcerda, presidente do IJSN

Gabriela aponta que ainda existe uma concentração dos investimentos na Grande Vitória, na faixa litorânea do Estado e nos municípios cortados pelas principais rodovias estaduais ou federais. As microrregiões com maior concentração são Litoral Sul (46,8%), Metropolitana (25,3%) e Rio Doce (26%). Dos projetos, 60% estão localizados em 13 cidades.

Em termos de valor, o investimento se agrupa mais ao longo do litoral capixaba. Onze municípios concentram 82,7% dos investimentos anunciados. A maior parte desses projetos é vinculada à cadeia de petróleo e gás ou na parte de construção, de infraestrutura e indústria. Nessa área de petróleo e gás, o Litoral Sul é diretamente beneficiado. A Petrobras tem um destaque com quase R$ 10 bilhões na carteira de projetos.
Gabriela Larcerda, presidente do IJSN

O projeto de maior valor é a construção do Porto Central, em Presidente Kennedy, cujo investimento soma R$ 6 bilhões. Em seguida, está o ainda incerto ramal ferroviário, com investimento de R$ 3 bilhões, no trecho capixaba da EF-118, que ligará Vitória a Presidente Kennedy. Em julho, um impasse com o governo federal trouxe incertezas para a construção da via. O projeto foi confirmado, mas os recursos não estão garantidos.

O Norte capixaba, lembra a diretora-presidente do Instituto Jones Santos Neves, também aglutina outros investimentos importantes. Em Aracruz, estão a ampliação do Portocel, um investimento de R$ 2 bilhões, e a construção do porto da Imetame, de R$ 609 milhões. “Tem também a finalização do navio-sonda da Petrobras no Estaleiro Jurong e há a previsão da instalação da fábrica de bio-óleo da Fibria, na Barra do Riacho”, detalha.

Gabriela lembra que esse valor é muito significativo principalmente diante de uma conjuntura nacional pouco favorável aos investimentos. “O índice de confiança do empresário do Espírito Santo tem sido maior que o nacional. Esses investimentos movimentam a economia, tem toda uma cadeia de geração de empregos diretos e indiretos, e quando isso se localiza no interior, afetam também outros municípios”, aponta.

O economista Orlando Caliman avalia que os anúncios de investimentos no Estado são significativos até em relação ao país.

Há muitos projetos para o setor de petróleo e gás e energia, investimentos anunciados pela ArcelorMittal na área ambiental e a expansão da Weg, em Linhares. Além disso, a Brametal está a pleno vapor, crescendo.
Orlando Caliman

O cenário externo está melhor que há dois anos, o que também garante mais dinamismo à economia do Estado, salienta Caliman. Mas ainda há desafios que precisam ser observados no país e fora dele. “No cenário externo, a briga do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com a China pode nos afetar. Já os riscos internos estão ligados à política. A economia brasileira não está crescendo mais porque está no final de um governo com mal desempenho, que está imobilizado. Se a perspectiva fosse de um governo melhor lá na frente, o setor produtivo poderia se planejar, mas isso não está claro ainda. Está todo mundo à espera para entender qual vai ser o cenário pós-eleição. Enquanto isso, ninguém se arrisca”.

Foto:Marcelo

Compartilhe