Inovação

Revolução criativa na economia

m um momento de profunda transformação, empresas e profissionais precisam se antecipar às mudanças e se reinventar para encontrar oportunidades de negócios

Foto:Pixabay

A economia, o mercado e as empresas vivenciam uma profunda transformação. É preciso se antecipar às mudanças, se adaptar às novidades, e até mesmo se reinventar, para assegurar seu espaço, ou melhor, seu futuro. Tudo passa pela inovação, que é um caminho sem volta. E isso vale também para as pessoas, de quem somente a experiência não será o suficiente para garantir uma boa oportunidade.

 

Estamos em um momento econômico extremamente desafiador para as empresas: temos um mercado globalizado, público com bastante acesso às informações, e a velocidade em que as mudanças acontecem, tanto de comportamento de consumidor quanto do mercado, é muito grande. Por isso, para sobreviver, as empresas precisam trabalhar forte com inovação.
Mateus Simões, diretor regional do Senai e superintendente do Sesi.

Simões diz que, para a entidade, inovação não se trata simplesmente da criação de uma ideia, mas se concretiza quando o consumidor final percebe valor em algo novo. O Espírito Santo, no cenário nacional, aparece em uma posição mediana, segundo ele, sobretudo por reduzidos investimentos em projetos de inovação.

“Neste ponto, temos um longo caminho pela frente, tanto o setor público quanto o privado. Em muitos momentos, os investimentos públicos estão dissociados dos privados quando, na verdade, o grande desafio é tentar fazer alinhamento dos recursos de um e outro para potencializar o resultado no final.”

Para tanto, o diretor do Senai argumenta que é imprescindível alinhar os atores que promovem ou estimulam a inovação no Estado. Ele diz que essa falta de regramento acaba se tornando um problema, e cita como exemplo o fato de que, no ano passado, entre setembro e outubro, houve eventos de inovação em excesso.

“Será que não teria como, em um período de dois meses, em vez de fazer 20, reduzir para 10, evitar a concorrência de público e potencializar o resultado? Acredito que sim! É um desafio grande e uma das prioridades nessa área dentro da Findes: identificar e colocar na mesma trilha os atores da inovação, completar suas ações e, assim, oferecer ganhos para a sociedade.”

TECNOLOGIA

Para entender a inovação, é importante esclarecer conceitos. A referência internacional, que é adotada no Brasil, estabelece dois modelos: o tecnológico (mais comum), voltado para pesquisa e desenvolvimento, novos produtos; e o não-tecnológico, cuja inovação está em novos modelos de negócios, de acordo com o consultor Antonio Fernando Doria Porto, da AD Consult Soluções Corporativas.

Normalmente, segundo ele, as legislações federal e estaduais direcionam o foco à inovação tecnológica, oferecendo incentivos e benefícios para que se desenvolva. Mas Doria Porto observa que esse modelo é mais caro, demorado e de alto risco, e geralmente é conduzido por grandes empresas. Um complicador, uma vez que a base empresarial do país é formada por micro, pequenos e médios empreendedores, e daí o que se vê são poucos investindo em inovação tecnológica.

“Por essa razão, é importante também oferecer benefícios e incentivos para as inovações não-tecnológicas, que têm custo e risco menores, e o prazo de maturação é mais rápido, além de se encaixar bem para as micro, pequenas e médias empresas”, argumenta Fernando Doria.

O consultor ressalta que não é contra as inovações tecnológicas e as considera importantes, porém está mais atento à realidade do Brasil, de maneira geral, e do Espírito Santo, em particular. Doria Porto cita o Uber (plataforma de transporte) e o Airbnb (plataforma de hospedagem), como novos modelos de negócios bem-sucedidos e ressalta que, mesmo setores tradicionais, como o moveleiro, de confecções e de alimentos e bebidas podem inovar.

 

O design, entendido em um significado mais abrangente que apenas a forma, é base para inovação de produtos como uma forma de inovação não-tecnológica.
Doria Porto, consultor

Para exemplificar, Doria Porto lembra da época da criação do iPad (tablet da Apple). “Tudo que tem dentro dele já tinha sido desenvolvido tecnologicamente antes (chips, baterias,etc.), mas por ter design (projeto e formato) diferente, virou um novo produto. A empresa apenas conectou vários componentes já existentes.”

Assim, na avaliação de Doria Porto, utilizou-se o design thinking (pensamento de design), ao buscar compreender as necessidades das pessoas, criar soluções com protótipos e testes até se criar um novo mercado.


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